quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Trilha Sonora

Ouvi falar muito de uma banda chamada Nevilton. Na verdade um trio paranaense liderado pelo Nevilton Alencar, que da nome à banda. Baixei o EP chamado Pressuposto já tem algum tempo, mas deixei ele perdido num cantinho do meu Desktop até que um dia resolvi escutar. Ouvi as cinco músicas do EP umas duas vezes com muita atenção e não consegui mais parar de ouvir aquele som. Uma levada simples e marcante com uma pegada de rock e letras geniais. Linda poesia que, casada às singelas melodias, soam em perfeita harmonia e transmitem mensagens muito positivas. Letras que tratam de temas extremamente pessoais, abordados de uma maneira muito sutil. Um disco ótimo e muito bem "falado" nas entranhas da música independente.

Pois é. Vez em quando sou surpreendido por essas gratas descobertas. Não é a primeira e nem a última vez que isso acontece, é claro. Mas essa foi especial porque as canções do Nevilton, em letra e melodia, soam aos meus ouvidos como a trilha sonora dessa minha fase "gastroplastizado em transformação". Canções que despretensiosamente me provocam lampejos de compreensão e inspiração. Mensagens que trazem a tona sentimentos e valores há tempos adormecidos, despertados por faíscas de auto-conhecimento.
Enfim, melhor que tentar descrever as minhas impressões e sensações ao ouvir o som do Nevilton é ir direto ao assunto. Gostaria de compartilhar essa trilha sonora com os leitores. E claro, recomendar que ouçam o trabalho do Nevilton.

Pode até parecer pretensioso, mas a idéia é transformar em palavras as sensações que essa trilha sonora me provoca. Transcrever-me ao som de Nevilton. Sabe lá no que isso vai dar em meio ao meu imprevisível e intempestivo método de criação, sobre o qual escrevi no último post. Vira e mexe eu acabo me desviando do formato pretendido inicialmente. Todavia... vão bora!
Hoje vou tentar descrever uma cena cuja trilha sonora é uma das canções do EP Pressuposto do Nevilton. Não me prenderei a padrões de redação de roteiros cinematográficos. Trata-se de uma manifestação livre de cenas que poderiam pertencer ao roteiro de um filme qualquer.

Aos leitores, não espero que as canções lhes despertem exatamente as mesmas sensações que me despertaram. Afinal, são interpretações muito pessoais. Ao menos fica uma ótima dica musical para os queridos leitores do Gastroplastizado. Fica também uma homenagem à Música Brasileira, principalmente aos artistas que representam a riquíssima cultura independente.


Ao trio Nevilton, de Umuarama-PR, meus parabéns e... muito obrigado!!!. Esse foi o relato de um admirador (pra não dizer fã) que foi tocado pela tua arte. Força nessa correria pelos palcos e estradas do Brasil. Sei que vocês tem consciência de que o trabalho colaborativo, a troca de informação e o trabalho em rede hoje tem muito mais valor do que os arcaicos "15 minutos de fama". Circula, galera!!!

O EP Pressuposto do Nevilton pode ser baixado gratuitamente no site do projeto Compacto.rec do Circuito Fora do Eixo (link direto para o disco: http://compactorec.wordpress.com/2010/02/09/nevilton-disco-pressuposto/ ). Pra quem se interessa por música e cultura independente em geral, vale a pena saber mais sobre o projeto e sobre as ações do Circuito FDE.

Então, começemos essa experiência. A quem topar entrar nessa viagem, proponho que escute atenciosamente à "Trilha" uma primeira vez e acompanhe sua letra com muita atenção. Em seguida, abaixe um pouco o som e deixe a música tocar ao fundo enquanto lê o "Roteiro". Espero que gostem.


***


Cena 1: A Trilha

Pressuposto - Composição: Nevilton de Alencar



"Ela sempre soube
que seu maior valor
nunca coube
nem dizer
se pressupõe
que até o insensato vai perceber.


E nunca preocupou-se
em fazer crer
nem mesmo acreditava
poder fazer.

Mas um dia percebeu o seu poder

E saiu a sorrir
ganhando corações
sorrindo gentileza e confiança


e a cada sair
sorrindo decisões
de amor, delicadeza a ela mesma
conquistava outro alguém.


E saiu a sorrir
ganhando corações
sorrindo gentileza e confiança


e a cada sair
sorrindo decisões
de amor, delicadeza a ela mesma
aprendeu a viver."


Cena 1: O Roteiro 

Personagem em processo de construção. A única convicção é de que se trata de um protagonista. O início da trama pressupõe que o personagem se revelaria aos poucos, ao longo do filme. Cabe ao desenrolar da trama fazer essa revelação gradual das características mais profundas da personagem.
O protagonista caminha em meio a uma multidão alvoroçada pela rotina e pelos compromissos da vida cotidiana. Embora ele se confunda entre a aglomeração de pessoas, sua presença destaca-se no enquadramento por ser o único que caminha a passos descompromissados, porém firmes e ritmados. Esboça sutilmente um sorriso. Sua expressão sugere autoconfiança. Entretanto, isenta-se do aura da arrogância ao demonstrar que caminha por si só, seguindo uma trajetória aparentemente planejada e respeitando o empurra empurra e a correria das ruas da cidade.
Um rápido flashback mostra que a personagem passara recentemente por um momento muito importante e decisivo em sua vida. Sem aprofundar em detalhes a trama revela que a personagem atravessa um momento de transformação pessoal. Essa revelação sugere que o caminhar tranquilo e sorridente do protagonista seja consequência desse processo de transformação.
A cena termina com um enquadramento por trás do protagonista. A câmera acompanha o caminhar da personagem por uns instantes até que para repentinamente, enquanto ele segue sua caminhada confiante e se mistura em meio à multidão e à correria cotidiana.

Fim da Cena 1.

Léo Castro

sábado, 7 de agosto de 2010

Gastroplastizado.blogspot.com

Exige-se de um blogueiro que almeja alguma popularidade do seu blog uma certa frequência nas publicações, ou atualizações, caso prefiram. No entanto, apesar da minha negligencia em cumprir essa máxima da Web, o Gastroplastizado tem sido uma válvula de escape fascinante para minhas experiências pós-cirúrgicas.
A intenção inicial na criação do Gastroplastizado era fazer um registro dos momentos mais marcantes dessa experiência, visando compartilhar com quem pudesse se interessar. Aos poucos, o anseio de compartilhar vivências com os leitores acabou tornando-se a essência do blog, ainda que distante de qualquer pretensão de popularidade. Uma troca que foi-se mostrando multilateral ao longo do tempo. Conforme eu ia assimilando os comentários dos leitores e relendo o que escrevia, ia repensando minhas experiências.
Essa evolução ocorreu naturalmente e refletiu-se não só no meu modo de escrever, mas também no meu modo de encarar tudo o que estou vivendo. Um aprendizado contínuo.
Desde o início eu já sabia que não manteria o mesmo ritmo de publicações das primeiras semanas, mas sempre cobrava de mim mesmo a manutenção de um "comprometimento" com o Gastroplastizado -  com o perdão do "Dunguismo". Para minha surpresa, mesmo tendo ficado 46 dias sem nenhuma postagem, a visitação do blog manteve-se constante. Devo dizer que boa parte dos números contabilizados pelo contador representem visitas minhas. Prova de que mantenho meu comprometimento com o blog ao ler e reler os textos e os comentários de leitores quase diariamente, apesar da escassez de atualizações.
Aos leitores, desde os casuais aos que ainda teimam em dar uma passadinha rápida por aqui procurando novidades, peço desculpas. Tento não me pressionar a escrever. Sou assim desde sempre - ou desde que comecei a escrever nos blogs. Salvo as redações do colégio e dos vestibulares, prefiro aproveitar momentos de grande inspiração. Escrevo o que vier na telha a qualquer momento, em qualquer situação, sempre r
espeitando minha espontaneidade.
Portanto, espero que continuem passando por aqui de vez em quando para saber das novidades. Uma maneira fácil é seguir as atualizações do GASTROPLASTIZADO. É só fazer um login no blogspot com sua senha google.
É isso, amigos. Sigo resdecobrindo a mim mesmo. Seguirei compartilhando momentos importantes dessa redescoberta com vocês.



Até breve!

Léo Castro
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domingo, 1 de agosto de 2010

Quem me viu, quem me vê. Quem me vi, quem me vejo.

Antes de qualquer coisa, peço desculpas pela menor frequência nas publicações. Pretendo escrever sobre isso depois. Mas, passei por aqui somente para deixar um registro um tanto espontâneo sobre meu atual estado de espírito. Uma inspiração momentânea e etílica. Na minha opinião o melhor contexto para um desabafo sincero e desprovido de pudores. Mesmo que haja a possibilidade de um arrependimento diante da sobriedade. Lá vai:


A auto-estima é um afrodisíaco. Estou amando a mim mesmo cada vez mais. Embora tenha a preocupação constante de manter os pés fincados no chão, estou alçando voos espetaculares e inesperados.
No dia-a-dia minha vida até que não mudou tanto. As tarefas, os compromissos e as preocupações cotidianas continuam as mesmas. O que mudou foi a minha visão sobre tudo isso. Como se fosse possível simplesmente colocar os óculos que me possibilitam enxergar uma maneira mais positiva de viver a vida.

Estou muito feliz com o que vejo.

Léo Castro